domingo, 26 de junho de 2011

Particularidades

Tem tantas particularidades sobre mim. Cada dia me sinto mais humano, mais eu mesmo, mais independente de toda hipocrisia e incoerência.  Cada mínimo detalhe que me torna único. Meus sonhos envolvendo super poderes, zumbis, guerras apocalípticas e super-stars-fashions-idosas que dominam o mundo. O fato de eu ficar com olfato super aguçado a ponto de sentir cheiro de cloro na água quando fico resfriado. Meu jeito bobo de andar olhando as nuvens. Tenho orgulho de mim, de dizer que choro mesmo ao assistir meus filmes favoritos. De cantar bem alto minhas musicas preferidas, mesmo estando na rua mais movimentada do centro do Rio de Janeiro. O fato de eu aparentar menos idade que tenho, e de saber que a velhice é algo que não pode evitar. o fato de encarar a vida com a sensatez que ela merece. Me sinto tão sortudo de ter conhecido algumas pessoas em especial. De ter morado no interior, numa casa onde tinha fogão a lenha e dormíamos as sete da noite por não ter energia elétrica. Como eu tinha medo das frestas no chão daquela casa, das historias de lobisomens que meu tio-avô contava, dos truques que ele tinha para afastar o monstro. Como por exemplo: a enxada que ele colocava atrás da porta para a fera não entrar. Quanta sabedoria, de fato nenhum lobisomem nunca entrou lá. Saudades da casa simples que morei logo depois dessa, do pequeno beco onde eu passava maior parte do dia, dos dias de domingo a tarde em que sentava na calçada e ouvia historias macabras de uma velha viúva que morava perto da minha casa. Das minhas primeiras paixões, a garota loira mais popular do colégio. O  lindo garoto cantor da igreja. Eu desenhava nossos rostos e corações nas paginas da revista da escola dominical, e torcia pra ninguém ver. Saudades dos campeonatos de futebol do bairro. Das horas que passava brincando no quintal do meu melhor amigo, era pequeno, mas lá tinha florestas, templos druidas, outros mundos. O meu mundo. Saudades de sair com amigos pra caçar rã no riacho, e cozinhá-las depois numa fogueira e uma lata de neston. Saudades dos piques na rua mais legal que já conheci. Do pique esconde na casa abandonada. Das subidas até o topo da colina para apreciar a vista do meu bairro, Dos campeonatos de formula 1 com carrinhos de bala. Dos campeonatos de futebol de botão. Dos domingos que ia assitir o jogo de futebol de graça no estádio da cidade. Das coleções de figurinhas e saudades até de levar escondido  alguns doces sem o consentimento do dono da mercearia . Das amizades mais puras, do quarteto que ficava todos os sábados comendo as delicias que uma senhora cozinheira de mão cheia fazia. Dos banhos de mangueiras forçados. Tudo isso contribuiu para o que eu sou hoje. Que sorte eu tive na infância. Saudades as vezes é um sentimento tão bom. 

domingo, 5 de junho de 2011

Carta a um príncipe (excesso de hormônios femininos)

Eu estava num deserto quando te conheci, mas não havia areias e o sol já não me machucava mais. Só você parecia entender e admirar meu interesse por desenhos e assuntos infantis. Você chegou aos poucos, e conseguiu me cativar. Ainda não te conheci pessoalmente, mas o essencial é invisível aos olhos não é?  É triste quando achamos que somos especiais para alguém, mas no fundo não passamos de apenas uma rosa como centenas de outras. Talvez eu deva dar ouvido aos adultos.  Se sinto ciúmes é porque gosto de ti não é? 

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Ícaro e Narciso

É quase impossivel acostumar com o comum depois de ter ido ao céu, é preciso ter um espirito de conformismo en
   É quase impossível acostumar com o comum depois de ter ido ao céu, é preciso ter um espírito de conformismo enorme.  Como vou me acostumar novamente com os manjares dos mortais, se provei do néctar dos deuses? É uma brincadeira de mal gosto o que fizeram comigo. Zombam porque sou mortal, se querem me ensinar algo, o fizeram do jeito mais doloroso. O gosto amargo da decepção ainda está na minha boca. O gosto doce do beijo da noite passada está apenas na minha memória, é como se eu pudesse sentir ainda. Não tão intenso, mas igualmente mágico. O toque na pele, o arrepio seguido dos sorrisos, tudo está lá, intacto como numa exposição no museu da minha memória, fecho meus olhos e percorro os corredores. Nunca imaginei tanta vida vida em tão pouco tempo. O tempo está sujeito a intensidade, se comprime quanto maior a intensidade É como se comprimisse dias em algumas horas.  Como explicar isso? mágica. Os lábios na pele, a adrenalina, a sensação de elevação do corpo. Mas tudo tem um fim, mas todo fim é um novo começo. O que importa no fim das contas é se valeu a pena. E minha sensação de elevação ao lembrar de cada beijo de ontem e a sensação de que a vida jamais será a mesma depois disso é a prova cabal de que valeu a pena. 

Epílogo



Hoje a noite é o começo não só de mais um dia.
É o começo de uma nova era.
Selo aqui um pacto comigo mesmo.
Prometo me respeitar
Prometo me amar
Prometo não mais me entregar.
Eu sou melhor que tudo isso.
Levante a cabeça pequeno garoto e enxugue essas lágrimas.
Você já é completo.
Hoje é o tempo de por em prática a justiça.
Usar a força se precisar, evitando ao máximo machucar alguém.
Mas de maneira nenhuma deixar me machucar.
Agora é a hora de por tudo na balança. De ser sensato.
Agradecer pelo que tem ser agradecido.
Hey!  você, obrigado por tudo. Você me mudou.
Guardo um carinho por tudo isso. Mas sou melhor que você.
“Que me aqueça nesse inverno e que tudo mais vá pro inferno”
Já dizia aquela velha canção.
Que meu coração seja como uma bomba relógio
Pronto para explodir na sua mão.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

prólogo


Qual o sabor da glória conquistada derramando sangue de um amigo?
A lealdade deve ser um preço muito alto a se pagar. E acho que o tempo já não constrói mais nada.
Havia tantas estrelas no céu. Porque você escolheu essa?
Sabendo que é a que mais me machuca.

sábado, 23 de abril de 2011

23/04/2011 - Caetano



Que dias agitados, sou apenas um para dar conta de tudo
O mundo gira, minha cabeça gira.
Ninguém entende o “meu importante”
Que noite agitada. A música tocando, a confraternização com meus amigos e um só desejo.
Mas ninguém ali parecia me encantar.
Sei que nunca mais vou me contentar com o “segundo melhor”.
A meses estou preso a alguém.  A meses uso a mesma pessoa como referencial.
Por um instante naquela noite vi alguém capaz de me tirar de onde estou acorrentado.
Não havia tanta beleza, mas me encantou profundamente desde o primeiro momento que o vi.
Cabelos castanhos desgrenhado, branco, magro, um alargador, aparelho nos dentes e um horrível piercing no nariz. Como acho feio essas coisas, porém, como ficou lindo nele.
Me senti dando um passo para fora do meu cativeiro, mas o degrau estava fraco e corroído, e logo cedeu e me fez recuar. Junto com ele rachou também o meu coração. Fiquei parado apertando sua mão e olhando nos seus olhos. Ele se despediu. Não quis deixar rastros, mas sou bom com essas coisas. A festa então perdeu toda a graça. Voltei para o nível do comum.
Tentei beijar outros. Porém eu não correspondia e saia no meio de beijo e deixava-os sem entender nada. Não fazia mais sentido. Como disse, o segundo melhor não me agradava mais.
Desci as escadas ao som agitado de um rock, deixei a festa. Caminhei sozinho até meu ponto.
Rua deserta, fim de madrugada e meus pés doíam. Eu caminhava como um zumbi, mas me sentia vivo. Muito vivo. Me sentia também injustiçado. Tive inveja. Fiquei feliz em saber que não era impossível exorcizar fantasmas que me assombram à meses. Talvez não tenha sido agora, mas fiquei com a sensação de que em breve isso acontecerá. Peguei o ônibus, quase apaguei ao sentar no banco. Na minha cabeça eu só tinha a imagem do garoto que tinha conhecido. E seu nome ecoava na minha cabeça sem parar: Caetano, Caetano...

You are the only excpetion...

quinta-feira, 21 de abril de 2011

E nada mais importa


Uma noite foi o bastante
Para eu desistir de tudo
Dos chocolates e da adrenalina
Uma noite foi o bastante, para perceber que o fundo do poço, é mais fundo do que imaginei
Uma noite é suficiente pra idealizações se desfazerem
Pra perceber que não somos tão especiais assim pra alguém
Volto então ao passado, e me lembro de uma única noite também
Em que eu fui especial pra alguém
Em que tudo foi perfeito.
Uma noite, em que o mundo teve inveja de mim
Teve inveja de nós

Medo de nunca mais sentir essa sensação de realização.